Projeto Biohorta
ENGENHO CENTRAL
A cana-de-açúcar foi a primeira grande lavoura no Brasil com engenhos em Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Nos anos de 1500 e 1600, o açúcar foi o principal produto brasileiro vendido para a Europa. Engenho é uma lavoura com fábrica para tratar as colheitas. É também o conjunto de máquinas para preparar os produtos da cana: açúcar e álcool.
Esse Engenho Central é também chamado de Usina Schmidt e sua história se iniciam com a compra em 1902 pelo fazendeiro Francisco Schmidt - imigrante alemão conhecido como o Rei do Café e então dono da vizinha fazenda Vassoural - do sítio Pocinhos, que pertencia a Alexandre Balbo.
Schmidt decidira entrar no mercado de açúcar em uma sociedade com a empresa alemã Theodor Wille, de Hamburgo. Francisco Schmidt foi um dos maiores fazendeiros de café da época, nascido em 1850 na Alemanha, chegou ao Brasil ainda criança e viveu até 1924.
Focando as exportações de açúcar, já em 1906, Schmidt obteve benefícios de isenção fiscal - concedidos por uma lei aprovada pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto - para quem investisse em outras culturas. Foi quando ele montou o Engenho Central de Sertãozinho dando início às atividades industriais no local.
As primeiras máquinas do Engenho Central foram fabricadas no Reino Unido e na França, entre as décadas de 1870 e 1880, tendo sido adquiridas por Schmidt junto a outro grande fazendeiro da época, Henrique Dumont Villares, que, desde 1898, era dono de um engenho em Santa Rosa do Viterbo (SP), o primeiro da região.
Já com a produção de açúcar à todo vapor, o Engenho Central gerou grande impacto no comércio da região. O açúcar produzido por Schmidt tinha o nome de "Crystal". Naquela época, a Cia. Mogiana de Estradas de Ferro chegou a estender seus trilhos até o pátio do Engenho.
Em 1924, o Coronel Francisco Schmidt faleceu e, em 1961, seus herdeiros venderam a Fazenda Vassoural para Maurílio Biagi que, em 1964, adquiriu também o Engenho Central e sua cota de produção.
Em 1966, Biagi constituiu a Companhia Agro Industrial Engenho Central (Caiec) que, funcionando como apoio à Usina Santa Elisa, seguiu produzindo açúcar e álcool até meados de 1973, quando encerrou suas atividades.
Maurílio Biagi faleceu em 1978. De lá para cá, Luiz Biagi, segundo filho de Maurílio e dona Edilah Lacerda Biagi - apoiado por toda a família, fez questão de preservar tanto as edificações quanto o maquinário original do Engenho Central, já com intuito de criar um museu.
Em 2006, o complexo foi doado pela família Biagi ao Instituto Cultural Engenho Central, instituição fundada com objetivo de levar adiante o projeto de implantação do Museu, que agora se torna realidade.